Metodologia UEXP
A Metodologia UEXP
A metodologia UEXP foi desenvolvida em 2007 pela fundadora da Universidade da Experiência. Reconhecida como única no Brasil, esta metodologia baseia-se na evolução das formas tradicionais de oferecer valor ao mercado – das commodities, dos produtos, dos serviços – elevando ao próximo patamar de valor: a experiência.
Fundamentos da Experiência
Origem e Definição: Do Latim Experientia – s. f. – ato ou efeito de experimentar; observação; experimentação; ensaio; prova; tentativa; a prática, por oposição à teoria; habilidade e perícia adquiridas com o exercício de uma arte ou ofício; conhecimentos resultantes de vivências subjetivas; soma de conhecimentos.
- Filosofia: Conhecimento transmitido pelos sentidos.
- Ciência: Exercício que, usando aparatos ou instrumentos, se destina a observar o comportamento de objetos, materiais ou organismos sob condições controladas.
A Importância da Nova Experiência
Uma nova experiência é uma possibilidade real de inovar. Cada nova experiência oferece ao indivíduo uma oportunidade para experimentar novas formas de percepção, atuação e expansão do potencial criativo. Saindo de seu perímetro pessoal, ele passa a ter a possibilidade de inovar, trazendo para seu âmbito de atuação algo novo, um padrão diferente, um novo referencial. Quando isso acontece, as fronteiras de seu perímetro se expandem e sua forma de ver e atuar no mundo muda.
O Contexto da Experiência
Os autores do livro The Experience Economy, B. Joseph Pine II e James H. Gilmore, partem da premissa de que já não basta desenvolver um bom serviço ou produto: é preciso proporcionar às pessoas uma experiência inesquecível. Pine, professor em universidades como UCLA e MIT, e Gilmore, especialista na criação de experiências, argumentam que não se trata de planejar eventos ou intensificar os esforços de marketing, mas sim de desenvolver experiências.
Fatores Desencadeadores
O poder da tecnologia e a busca crescente por diferenciação no mercado global são alguns dos principais fatores que impulsionam a importância da experiência. A prosperidade material, emocional, mental e espiritual também contribui para essa evolução: as pessoas buscam mais celebrações, mais qualidade, menos rotina e mais surpresas.
Reconhecimento Oficial
Em 2012, a metodologia UEXP obteve o Registro nº 546.564 da Fundação Biblioteca Nacional – a depositária do patrimônio bibliográfico e documental do Brasil, considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina.
A metodologia UEXP continua a evoluir, adaptando-se às novas demandas e contextos, mas mantendo sua essência: oferecer experiências transformadoras que expandem os horizontes pessoais e profissionais, promovendo inovação e crescimento contínuo.
O Sentido e o Saber da
Experiência
Em diferentes idiomas, a palavra “experiência” carrega nuances que revelam a profundidade de seu significado:
- Português: “o que nos acontece”
- Espanhol: “o que nos passa”
- Francês: “ce que nous arrive”
- Italiano: “quello che nos succede” ou “quello che nos accade”
- Inglês: “that what is happening to us”
- Alemão: “was mir passiert”
A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não é o que se passa, não é o que acontece, ou o que toca. Se escutamos em português, em italiano e em inglês, em que a experiência soa como “aquilo que nos acontece, nos sucede”, ou “happen to us”, o sujeito da experiência é sobretudo um espaço onde têm lugar os acontecimentos.
Perspectiva Linguística da Experiência:
- Espanhol: Em espanhol, a experiência é “o que nos passa”. O sujeito da experiência é algo como um território de passagem, uma superfície sensível que aquilo que acontece afeta de algum modo, produz alguns afetos, inscreve algumas marcas, deixa alguns vestígios, alguns efeitos.
- Francês: Em francês, a experiência é “ce que nous arrive”. O sujeito da experiência é um ponto de chegada, um lugar a que chegam as coisas, como um lugar que recebe o que chega e que, ao receber, lhe dá lugar.
Receptividade e Abertura:
Em qualquer caso, seja como território de passagem, seja como lugar de chegada ou como espaço do acontecer, o sujeito da experiência se define não por sua atividade, mas por sua receptividade, por sua disponibilidade, por sua abertura. O sujeito da experiência é um sujeito “exposto”.
Heidegger e a Experiência:
Em Heidegger (1987), encontramos uma definição de experiência que ressoa com essa exposição, essa receptividade, essa abertura:
“Quando falamos em ‘fazer’ uma experiência, isso não significa precisamente que nós a façamos acontecer. ‘Fazer’ significa aqui: sofrer, padecer, tomar o que nos alcança receptivamente, aceitar, à medida que nos submetemos a algo. Fazer uma experiência quer dizer, portanto, deixar-nos abordar em nós próprios pelo que nos interpela, entrando e submetendo-nos a isso. Podemos ser assim transformados por tais experiências, de um dia para o outro ou no transcurso do tempo.”
Para Heidegger, o sujeito da experiência é um sujeito alcançado, tombado, derrubado. Não um sujeito que permanece sempre em pé, ereto, seguro de si mesmo; não um sujeito que alcança aquilo que se propõe ou que se apodera daquilo que quer; não um sujeito definido por seus sucessos ou por seus poderes, mas um sujeito que perde seus poderes precisamente porque aquilo de que faz experiência dele se apodera.
Exposição e Vulnerabilidade:
Do ponto de vista da experiência, o importante não é nem a posição (nossa maneira de pormos), nem a “oposição” (nossa maneira de opormos), nem a “imposição” (nossa maneira de impormos), nem a “proposição” (nossa maneira de propormos), mas a “exposição”, nossa maneira de “ex-pormos”, com tudo o que isso tem de vulnerabilidade e de risco.
Capacidade de Experiência:
Por isso é incapaz de experiência aquele que se põe, ou se opõe, ou se impõe, ou se propõe, mas não se “ex-põe”. É incapaz de experiência aquele a quem nada lhe passa, a quem nada lhe acontece, a quem nada lhe sucede, a quem nada o toca, nada lhe chega, nada o afeta, a quem nada o ameaça, a quem nada ocorre.
Através da lente de diversos idiomas e do pensamento filosófico, especialmente de Heidegger, entendemos que a experiência é um processo de receptividade e transformação. É estar aberto ao que nos acontece, aceitar e integrar essas vivências, permitindo que elas nos transformem de maneiras profundas e significativas.
Inspiração: Jorge Larrosa Bondía – Doutor em pedagogia pela Universidade de Barcelona, Espanha.
O Método de Valor Infinito, criado em 2021, caracteriza-se por uma soma potente: foco flexível, simplicidade profunda e eficácia. Essas características viabilizam o poder concentrado do método em temas de natureza humana, com o objetivo de resolver problemas e desafios relacionados a esses temas.
A eficácia do poder concentrado ajuda a trabalhar de maneira simultânea um fator crucial do desempenho das organizações: a vida interior no trabalho e o efeito considerável que o fluxo de percepções, emoções e motivações tem sobre o desempenho e o bem-estar do indivíduo na empresa e nas demais realidades que compõem a dinâmica de sua vida – e, por conseguinte, sobre o desempenho mais amplo da organização.
A Profundidade do Método
O Método de Valor Infinito vai além da curiosidade intelectual sobre o fluxo de percepções, emoções e motivações. Ele é voltado à questão gerencial pragmática de como essa dinâmica afeta o desempenho do indivíduo. É um “sacudir” consciente do fluxo, promovendo experiências mais profundas e verdadeiras que produzem resultados melhores e mais eficazes.
Componentes do Método de Valor Infinito
Primeiro Componente: Peças
O Método se movimenta com 8 peças. Cada peça contém informações condensadas, resultado de um minucioso trabalho para descartar informações não essenciais. Isso permite que o indivíduo possa lembrar, memorizar e testar o conteúdo da Peça durante os intervalos entre os encontros. Elas servem como guias para a autodescoberta e o autoaprendizado, permitindo que o participante internalize e aplique suas descobertas em sua vida diária.
Segundo Componente: O Quadro
O Quadro é uma expressão adequada para o movimento das peças. À medida que são testadas pela experiência, elas podem alterar sua configuração, ampliando o raio de percepção de outras habilidades relacionadas ao tema escolhido.
Terceiro Componente: O Diário
O Diário é o depositário da percepção. Mais do que um simples registro, nele os participantes exploram os fatos que levaram à formação de suas percepções sobre acontecimentos relevantes, examinam o impacto desses acontecimentos em suas emoções e suas respectivas interações decorrentes. O Diário não apenas documenta o progresso pessoal, mas também serve como um instrumento poderoso de autoconhecimento.
O Método de Valor Infinito oferece uma abordagem integrada e pragmática para lidar com a complexidade da natureza humana no ambiente organizacional. Através de suas peças, quadro e diário, o método facilita a autodescoberta e o aprimoramento contínuo, promovendo um impacto positivo tanto no nível individual quanto organizacional.